Crítica : Mulher-Maravilha
- Monsieur L.
- 8 de jun. de 2017
- 3 min de leitura

Mulher-Maravilha
A redenção da DC vem das poderosas mãos das mulheres
Diana Prince, Diana de Themyscira ou Mulher-Maravilha. Essa será uma personagem muito lembrada daqui em diante. Após 75 anos de existência, finalmente a heroína mais amada da DC recebe o seu aguardado filme solo. E, acima de tudo, um filme merecidíssimo.
Nesse filme, vemos o início da personagem. Após se tornar uma guerreira amazona, Diana resgata Steve Rogers, um soldado espião que caiu em Themyscira após ser abatido. Com a descoberta da Guerra e com a vontade de salvar e ajudar os humanos, Diana parte de sua ilha junto com Steve em busca de trazer a paz ao mundo novamente. E é assim que o filme começa a se moldar.
Com a bela direção de Patty Jenkins, Mulher-Maravilha possui um ritmo crescente e que te prende na ansiedade do começo ao fim. Jenkins soube muito bem abordar o lado feminino e até inocente de Diana, além da personalidade forte que ela possui como uma heroína. Muito influenciada pelo filme de Superman de 1978 e das HQ de origem da personagem, a diretora incorpora elementos interessantes, desde cenas de referências a ambos ou até mesmo detalhes na narrativa e diálogos.
Muito questionavam se o filme iria levantar a bandeira "Feminista", mas o que foi feito no longa foi algo mais sútil e simples. Claro que possui um discurso feminista e até cenas em Londres que mostra a visão machista daquela época; e a diretora escolheu bem as cenas com atenção para mostrar a reação de indignação de Diana com a posição da mulher dentro da sociedade, mas o longa não é carregado em defender o feminismo e sim de mostrar quão poderosa pode ser a mulher que "enfrenta o mundo com sua força" e o vence.
Quanto ao elenco, é indiscutível o fato de que Gal Gadot brilha como Diana, passando um ar de inocência crível e um ar de "Badass" mais crível ainda quando ela assume o manto de heroína. Não tem um minuto que a construção da personagem falha e a atriz trás o carisma necessário para o filme, fazendo dessa a personagem mais carismática e estimada no novo universo cinematográfico da DC. Chris Pine, que interpreta Steve Trevor, entrega um homem com certas malicias, mas com um bom coração.
É agradável ver a química entre os dois, que são os pilares do filme. Apesar do romance mostrar um lado mais fraco de Diana, em nada desmerece a personagem e ela continua sendo um simbolo de força e coragem. Vale também citar que o trio de alívio cômico funciona e adiciona mais carisma ao time de protagonistas.
Por outro lado, os "vilões" são a fraqueza do filme. Se os protagonistas possuem um bom desenvolvimento na trama, os vilões são rasos e sem carisma. Destaque vai para o vilão principal, que é muito caricato e não consegue trazer expectativas ao público de sua vilania, mais parecendo um vilão de um Super Sentai, à la Power Rangers.
Outra coisa que deve ser considerada é as batalhas. A ação do filme é sua maior "arma". Com cenas belíssimas, o filme contém muito ritmo e firmeza. Foi possível ouvir aplausos no cinema com a cena das amazonas, no primeiro ato do longa e, sem dúvida, merecido. Robin Wright é um dos destaques da cena e entrega uma incrível Antíope, que encanta até mais que a própria Rainha de Themyscira, Hipólita , vivida por Connie Nielsen. E até mesmo a cena inicial, com a pequena Diana é capaz de roubar alguns sorrisos devido a inocência e o encanto, merecimento da pequena Lilly Aspell.
Apesar de todos as falhas que o filme possui em conduzir vilões rasos e bidimensionais, de possuir um enredo mais contido e também com o fato de contar com cenas de câmera lenta um pouco exageradas, o filme consegue o que propõe: trazer um filme à altura de uma mulher poderosa que é a Mulher-Maravilha. Pode-se afirmar que esse filme é o melhor da nova DC, que conta com três filmes que foram duvidosos e confusos.
Focando um público mais "família", Jenkins, Gadot e Diana conseguem achar seu espaço dentro do cinema e dentro dos corações de fãs de super heróis, entregando o melhor filme solo de uma heroína até agora. E, decerto, nos faz esperar um bom filme da Liga da Justiça e uma continuação dessa que é, indubitavelmente, uma mulher maravilhosa.
Nota: 8,5.
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