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Crítica: Piratas do Caribe - A Vingança de Salazar

  • legeeknerd0
  • 2 de jun. de 2017
  • 4 min de leitura

Piratas do Caribe : A Vingança de Salazar

Um breve respiro para uma franquia em naufrágio

Em 2003, vimos a revitalização dos filmes de piratas vindo de uma ideia de um brinquedo no Parque da Disney. Assim nasceu Piratas do Caribe. Em seu primeiro filme, fomos apresentados a um mundo novo e empolgante de piratas, onde conhecemos o protagonista Will Turner, além disso, conhecemos o coadjuvante que acabaria por roubar a franquia pra si: Jack Sparrow.

Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra foi uma boa obra de aventura no mar. Agora, 14 anos depois, nos encontramos no quinto filme da franquia, e o mistério é: o filme resgataria o sentimento que o primeiro causou e falhou em suas continuações?

Em A Vingança de Salazar ( Dead Men Tell no Tales), encontramos Henry Turner, filho da já conhecida Elizabeth Swann e Will Turner. Em sua infância, o jovem Henry descobre da maldição de seu pai e busca uma forma de contacta-lo para tentar o salvar, pois Henry acredita que existe um artefato chamado "O Tridente de Poseidon", que pode livrar qualquer um de uma maldição. Após uma bronca, seu pai diz para ele ir embora, pois não há forma de ele se libertar. Nove anos se passam e vemos várias tramas se entrelaçando: um Jack Sparrow sem tripulação, arrasado e bêbado; Carina Smyth, personagem de Kaya Scodelario, que faz uma menina sábia, bela e que é acusada injustamente de feitiçaria por ser uma mulher inteligente. Enquanto isso, vemos Salazar, ex-militar que costumava matar piratas antes de um acidente o amaldiçoar. E aí que a verdadeira trama começa.

Com Joachim Rønning e Espen Sandberg, esse novo filme sobre piratas contém dezenas de cenas de ação muito bem feitas, com cena de roubo a banco digno de um " Velozes e Furiosos", batalha de espadas e entre outros momentos. Além disso, há belíssimas paisagens e a direção privilegia isso. O CGI está espetacular e a cena do jovem Sparrow mostra que a Disney sabe mesmo como rejuvenescer um ator.

A grande Tsunami de erro do filme é o roteiro. Do começo ao fim, você se pergunta o motivo de tal personagem fazer tal coisa, ou muitas vezes fica se perguntando como é possível que tal personagem saiba o que fazer do nada. O roteiro desse filme se desdobra de maneira falsa e tola, com vários furos na própria trama do filme e até furos na história criada durante os outros filmes. Ademais, não é difícil ver o quanto o roteiro força encontro entre personagens e, em vez de trabalhar uma trama bem amarrada e que prenda o público, ele simplesmente segue certos aspectos do primeiro filme e certos aspectos é simplesmente esquecido; há personagens que nem mesmo você cria uma importância, poderia muito bem não estar no filme e você não sentiria falta.

Quanto a atuação, Johnny Depp com seu Jack Sparrow continua com os mesmos trejeitos que fez o personagem famoso, mas já parece cansado e muitas vezes no filme dá a impressão de que o personagem não tem mais o carisma que antes tivera.

Javier Bardem é um ponto alto do filme, trazendo um vilão com uma motivação compreensível. Seus movimentos e sua voz trazem uma maior presença ao vilão. O problema, novamente, é o roteiro que faz com que sua trama seja menos desenvolvida do que devia e muitas vezes você até esquece do personagem por motivo de pouco espaço de tela.

Outro que brilha é Geoffrey Rush, que interpreta o pirata Hector Barbossa. Rush entrega de forma brilhante seu personagem, muitas vezes passando emoções somente com seu olhar, de forma que é o personagem principal no filme.

Já em relação ao casal do filme, temos Henry e Carina. Brenton Thwaites entrega um personagem plausível mas sem muita credibilidade. Com tantas cenas de ação e mudanças na trama, você acaba esquecendo o propósito do personagem. Apesar disso ele se destaca mais do que a personagem de Scodelario, que apesar de ser uma introdução da ideia do feminismo, onde uma mulher pode ser independente, esperta e forte, logo tudo isso é esquecido por um romance tolo e a personagem vira mais um estereótipo de feminismo do que um símbolo. E mais, Carina tem uma subtrama muito mal aproveitada, onde tudo é finalizado no terceiro ato do filme de forma preguiçosa e esquecível.

Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar é um filme divertido, que finalmente diminuiu sua seriedade introduzida no segundo filme da franquia. Possui momentos engraçados e até surpreendentes, o tornando um dos melhores filmes, logo depois do primeiro, mas isso não é grande coisa vindo de uma franquia que vem se desgastando a cada filme.

De forma alguma é um filme que deve ser ignorado, pois ele faz o que promete: ser uma grande aventura. Mas, infelizmente não deixa de ser isso, uma grande Sessão da Tarde no cinema.

Nota: 7,0.

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