Crítica: Guardiões da Galáxia Vol. 2
- Monsieur L.
- 4 de mai. de 2017
- 4 min de leitura

Guardiões da Galáxia Vol.2
A Cósmica e Cômica trama familiar da Marvel
Depois de uma grande surpresa para todos em 2014 com a entrega de um grupo por muitos desconhecido, voltamos agora para rever agora esse grupo amado por fãs da Marvel.
Nesse filme, os Guardiões devem lutar para manter sua nova família unida, enquanto tentam desvendar os mistérios da verdadeira paternidade de Peter Quill. E é justamente do que o longa se trata: Família.
Logo no começo do filme o personagem Ego( Kurt Russell) nos é apresentado. E, surpreendendo a todos, vemos um Kurt Russel rejuvelhecido por meio de captura de movimento tão boa quanto ao feito em Guerra Civil em Robert Downey Jr. Após isso, vemos nossa equipe favorita pronta para uma missão para os Soberanos. O que é um show a parte, já que boa parte da ação é feita em plano sequencia, com um plano em que Baby Groot( Vin Diesel) dança e podemos ver a ação correndo à solta no outro plano. Ponto para James Gunn e a equipe de efeitos especiais.
Com direção do já conhecido James Gunn, podemos ver um MIX de ação-drama-comédia bem dosada. É incrível como Gunn passeia nas ideias e dirige o filme, mostrando o quão livre em criatividade está. Cenas de tirar o fôlego e lindamente dirigidas estão presentes em todo o filme, com cores vibrantes e orgânica. A ação intercalada de cenas de comédia é algo que ele faz muito bem e, apesar de algumas cenas dramáticas serem triviais, sua direção é transparente e agradável ao filme. Vale ressaltar que o 3D do filme é bem implementado e construído.
Em questão dos atores, é inevitável o fato de que se vê a alegria de atuar novamente em seus papeis. Algo que a obra faz nessa sequencia é dividir os personagens em subtramas, trazendo momentos interessantes e, em alguns casos, sendo o ponto fraco do filme.
Drax (Dave Bautista)e Mantis (Pom Klementieff) são os destaques cômico do filme. A química entre eles é indiscutível e, em cada diálogo, uma risada é arrancada do público. Com a construção do enredo, temos muitas cenas de drama, mas muitas delas interrompidas por uma piada e, de muitas situações, essa dupla é o responsavel por trazer isso ao filme.
Se por um lado, eles são a parte cômica, outro destaque vai para Rocket (Bradley Cooper) e Yondu (Michael Rooker), que são a dupla mais cativante e suas trajetória de redenção é emocionante, podendo até lhe arrancar lagrimas. De longe é a melhor dupla de todo o filme. Com eles, vem Baby Groot, esse se destaca com suas cenas fofas, porém não há nenhum peso dramático sobre ele.
Quanto a dupla de Nebulosa e Gamora(Karen Gillan e Zoe Saldana, respectivamente) é meio ofuscada, já que enquanto uma busca uma vingança por motivos aceitáveis e tem seu papel de redenção bem feito, a outra tem uma função pouco explorada, servindo mais como um papel amoroso para Peter Quill do que outra coisa.
E chegamos na dupla central do filme: Peter Quill e seu pai Ego. E é nessa hora que o roteiro "dança". A química entre os dois não é muito crível e você dificilmente vai se importar com o drama entre eles, já que é a parte mais fatigante do filme. Há, logicamente, cenas fascinantes, como por exemplo a cena da explicação de como Ego surgiu e como ele conheceu Meretidh Quill, mãe de Peter. Mas a tentativa de criar um laço pai-filho não é bem realizada e é facilmente abafada por subtramas.
Outra falha no filme é a subtrama de Ayesha (Elizabeth Debicki) e os Soberanos, que apesar de ter boas cenas de perseguição com direito à referencias a jogos antigos e de cenas engraçadas, é mal desenvolvida e esquecível. Salvo somente devido uma das cenas pós-crédito.
Entretanto, se tem algo que faz o filme brilhar, isso é com certeza a Trilha sonora. Com musicas de Electric Light Orchestra, George Harrison, Fleetwood mac, Looking Glass, e outras mais faz do filme algo muito orgânico e mais intenso. Desde as músicas diegéticas ( que os personagens ouvem e fazem parte da história), até as extra diegéticas( aquelas que somente o publico ouve), Guardiões 2 faz um passeio narrativo. Cada letra tem um significado e é bem contextualizada, apronfundando as cenas e aproximando-as ao publico. Destaque vai para Brandy (You're a Fine Girl) , Father and Son e The Chain, que dizem muito sobre o longa e sentimentos dos personagens.
Guardiões da Galáxia Volume 2 tinha a missão de dar continuidade a um filme que foi sucesso, acarretando a uma expectativa enorme sobre o segundo. E sua falha é justamente em passear de despretensiosidade para dramaticidade, deixando o primeiro ato repetitivo e o segundo um pouco cansativo. Mas as surpresas que o terceiro ato trás faz o longa resplandecer e se tornar diferente do primeiro filme e, mesmo assim, ótimo.
Com reviravoltas, drama, ação, cenas belas, um ótimo e poderoso vilão, um arsenal de musicas espetaculares e referências e mais referências aos anos 80, como: Pac-man, Cheers, Super Máquina, Mary Poppins, Smurfs, sons de games antigos e até referencias ao Universo da Marvel que fará seus olhos brilharem( com direito ao Planeta Ego e outras coisas - FIQUEM PARA VER TODAS AS CENAS PÓS-CRÉDITOS, são importantes para o futuro do Universo Marvel) ; Guardiões da Galáxia Vol.2 faz um bom trabalho e com certeza dá mais um passo em conquistar o coração de toda a "Galáxia".
Nota: 9.0
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