Crítica: Logan
- Monsieur L.
- 6 de mar. de 2017
- 3 min de leitura
Logan O filme definitivo de Wolverine. Em 2000, vimos pela primeira vez nas telonas o personagem Wolverine, interpretado pelo australiano Hugh Jackman. 17 anos depois e aqui estamos, apreciando o então ultimo filme do ator na pele do personagem. E nada melhor que finalizar essa trilogia com um tom mais dramático e com sentimento de fim de história. Logo no começo do filme, somos apresentados a um James Howlett velho, cansado e depressivo que agora é um motorista de limusine e que precisa cuidar de um Charles Xavier debilitado e com doença degenerativa, cuidado esse que reveza com Caliban. Em sua primeira cena, o filme já demonstra a fragilidade do personagem de Hugh, que já não é mais o mesmo mutante que salvara o mundo junto com os X-Men. Cicatrizes, manquejo e voz mais arrastada ressalta o peso da idade de Logan e nos faz entender de antemão que já não se trata de uma história de guerra pela salvação dos pupilos do instituto Xavier e sim uma bela e dramática história sobre a fragilidade de uma fera e seu lado humano. Ao decorrer do filme, somos apresentados a Donald Pierce, um mercenário que comanda a equipe dos carniceiros. Brutos e selvagens, esse grupo estão atrás de Laura, uma criança com "habilidades especiais". O filme transmite, de forma bela, a dificuldade de um relacionamento e desenvolve de forma majestosa laços de amor entre os personagens principais. é visível a química entre os atores nas cenas e é esplendida a forma com que atuam juntos de forma convincente. Também é indiscutível o tom mais adulto do filme. Sangue e palavrões segue pelo filme inteiro, mas nenhuma vez essas ferramentas são utilizadas de forma gratuita, tornando-se essenciais para a cenas de ação que, sem dúvida, é um dos pontos positivos do filme.
Em questão dos atores, Sir Patrick Stewart nos entrega um professor X debilitado mentalmente e muito mais áspero. É incrível ver esse lado frágil porém mais compreensível do professor, tudo entregue com a mais bela interpretação já feita nos filmes de X-Men. Hugh passa, por sua vez, todo o peso dramático das escolhas e dores de Logan de forma maravilhosa. Seu Wolverine é muito inspirado na HQ "O Velho Logan" e não há outra forma melhor de terminar essa trilogia. Mas, sem sombra de dúvidas, o que mais chama atenção é a jovem atriz Dafne Keen. Ela interpreta uma Laura rude e selvagem, mas com muitas cenas belas de seu lado infantil. É incrível vê-la em ação decepando cabeça e, logo após, calma e serena. Com certeza é uma grande promessa e provavelmente uma atriz que tem muita chance de vermos em próximos filmes dos mutantes. O ponto fraco da atuação fica pela parte do vilão. Por mais que seja até convincente a motivação, é difícil achar carisma nele. Com cenários belíssimos, em diversas cidades, Logan possui uma bela direção de arte. As cenas de efeitos especiais são boas e os CGI(sim, eles existem) são agradáveis, porém visíveis demais em certas cenas, mas não tira o brilho do filme de forma alguma e muito menos desfavorece o grande trabalho que o Diretor James Mangold realizou nesse longa.
Este é um filme que agrada muito, foge de alguns clichês de heróis que estamos acostumados nos dias atuais e seu roteiro segue um rumo mais pé no chão, evitando os erros de seus filmes antecessores. Se você aguarda um filme nos moldes da Disney, com muita piada e um final mais alegre ou até mesmo uma história mais leve, esse não será um filme do seu agrado. Mas se você aguarda um filme com sangue, violência, drama e dor, esse é o filme que procura.
Logan é uma brisa suave e agradável para os fãs das histórias do amado carcaju rabugento e mais ainda para aqueles que amaram "Mad Max", "Os brutos também amam" e até mesmo o game "The last of us". Pode apostar suas economias no ingresso e ir sem preocupação, sentar na poltrona e aproveitar as horas de drama, ação e momentos impares, pois o longa faz jus em ser o ultimo da franquia de Wolverine e, com certeza, um dos melhores filmes de heróis da atualidade.
Nota: 9,5
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